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Morre idosa que buscava perdão do filho doado há 58 anos: 'estava sofrendo muito', diz filha

Amélia de Freitas Ribeiro morreu aos 82 anos Arquivo Pessoal Amélia de Freitas Ribeiro, a idosa de 82 anos que buscava o perdão do filho doado há mais de ci...

Morre idosa que buscava perdão do filho doado há 58 anos: 'estava sofrendo muito', diz filha
Morre idosa que buscava perdão do filho doado há 58 anos: 'estava sofrendo muito', diz filha (Foto: Reprodução)

Amélia de Freitas Ribeiro morreu aos 82 anos Arquivo Pessoal Amélia de Freitas Ribeiro, a idosa de 82 anos que buscava o perdão do filho doado há mais de cinco décadas, morreu após sofrer uma parada respiratória em Registro, no interior de São Paulo. Ao g1, a filha dela, Jardete de Freitas, lamentou que a mãe se foi sem ter notícias do homem, mas disse que seguirá nas buscas pelo irmão. Amélia revelou a vontade de reencontrar o filho Adauto Lemos Ribeiro quando começou a ter problemas de saúde há três anos. Desde então, Jardete iniciou as buscas pelo irmão, mas não teve notícias e viu a mãe ficando cada vez mais debilitada, sem andar e falar. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Ao g1, Jardete disse que acreditava que Amélia estava esperando o perdão de Adauto para poder descansar em paz. “Ela já não estava bem, muito inchada. Eu conversei com ela para se sentir perdoada e ir descansar e morar com Deus. Orei por ela, cantei um hino e ela faleceu”, afirmou. Segundo a filha, a idosa chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu e faleceu na manhã de sábado (29). “Senti que Deus me deu uma paz tão grande que eu consegui orar e louvar o hino para ela [...]. Acredito que ela se sentiu perdoada, porque senão, não falecia. Estava sofrendo muito há três anos na cama”, explicou. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Mesmo com o falecimento da mãe, que foi sepultada neste domingo (30), Jardete afirmou ao g1 que pretende seguir as buscas por Adauto. “Quero continuar para pelo menos ele conhecer a família, se ele quiser. Se não quiser, um dia Deus toca no coração dele”. Leia também: SUSTO NO MAR: Caiaque vira após passar ao lado de navio cargueiro no litoral de SP; ASSISTA AGRESSÃO: Brasileira que vive em Portugal diz ter sido espancada por marido que fugiu para o Brasil; VÍDEO Relembre o caso Segundo a família, Adauto Lemos Ribeiro foi doado após o nascimento, em 1967, para um casal que morava na mesma rua da família em Jacupiranga. Na época, Amélia tinha outros dois filhos: Leonel e Josine, que acompanharam a adoção de Adauto. “O pai deles separou da minha mãe com ela grávida e foi embora com outra. Então ela ganhou [Adauto], não tinha condição de cuidar e deu para esse casal”, explicou Jardete. Amélia de Freitas Ribeiro quer reencontrar o filho Adauto, doado após o nascimento em 1967 Arquivo pessoal Após a separação, Amélia se casou novamente e teve outros filhos, entre eles, Jardete. No entanto, a mulher nunca esqueceu de Adauto e, ao começar a adoecer, pediu para filha procurar o irmão que foi doado. Ao g1, Jardete contou que está na busca por Adauto há três anos, mas como a adoção não foi formalizada, não consegue informações sobre o paradeiro dele. A única confirmação que teve foi que a família adotiva dele morou em Cajati, mas o casal adotante já faleceu. Ela contou que possui apenas a certidão de nascimento dele e já foi até Cajati atrás de informações em delegacias, hospitais e até escolas, mas não possui autorização para ter acesso aos dados. ‘Adoção à brasileira’ O advogado e ex-secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, explicou que a entrega de filhos sem intermediação da Vara da Infância e Juventude era permitida antes da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que surgiu em 1990. "Era possível fazer a entrega de criança, inclusive recém-nascidos e bebês, diretamente para outra família, casal ou pessoa. E a criança passava a ter outro lar e família”, disse Alves. De acordo com ele, a medida era chamada de “adoção à brasileira”, que hoje é completamente irregular. “Ainda atualmente essas ‘adoções ilegais’ ocorrem, mas podem gerar punições aos ‘adotantes’, já que o ECA prevê a entrega junto à Vara da Infância e Juventude”, afirmou. VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos